A verdade sobre improvisação vocal
- Keila Abeid
- 12 de jul.
- 2 min de leitura
Às vezes colocamos a improvisação vocal num pedestal, como se fosse algo quase sagrado (empoce ser que seja mesmo). Mas quando entendemos que o sagrado também está dentro de nós, e que ao cantar revelamos a música que carregamos por dentro, a improvisação se torna mais próxima e possível.
Eu sempre fui uma pessoa tímida, com medo de arriscar e de me expor, coisa que não condiz com a minha profissão, e em termos de improvisação, sempre veio primeiro, aquele ímpeto de me esconder e não me arriscar.
Vencer a timidez foi (e ainda é) um exercício diário. Mas com a improvisação demorei mais tempo para me soltar — até entender alguns pontos importantes:
Improvisar é uma questão de repertório: tudo o que você aprendeu, ouviu, estudou e vivenciou musicalmente faz parte do que você tem a oferecer na hora de improvisar. E esse repertório varia de pessoa para pessoa, e de momento para momento.
Improvisar é estar presente: é escutar e responder. É estar verdadeiramente na música, interagindo com o que está acontecendo.
Improvisar é percorrer caminhos harmônicos: quanto mais você caminha por eles, mais familiares eles se tornam — e mais livre você se sente para criar. A escuta constante desses caminhos melhora sua percepção e sua fluência.
Pensando nisso, o processo para começar a improvisar pode ser assim:
Ouça: ouça muita música. Escute progressões harmônicas, improvisos vocais e instrumentais.
Repita: aprendeu? Reproduza. Cante linhas melódicas que ouviu, repita frases musicais. Isso vai te familiarizar com os caminhos harmônicos e melódicos.
Crie: a criação começa misturando o que você ouviu com as suas próprias ideias. Aos poucos, você vai se sentindo mais à vontade para improvisar com liberdade.
✨ Dica extra: comece pelo fácil. Muitas vezes associamos improvisação ao jazz, o que pode parecer distante dependendo de onde você está no seu caminho musical. Mas improvisar é simplesmente colocar na roda aquilo que você tem de repertório — e isso se desenvolve com o tempo. Comece pelo estilo que te faz se sentir mais à vontade. Isso vai te dar segurança e motivação para continuar e, com o tempo, alcançar os padrões que você sonha.
Para ilustrar, deixei aqui um exemplo de improvisação que considero simples, em uma música super acessível para muita gente: “Best Part”. Gravei esse momento de relax, onde eu estava apenas curtindo, presente, colocando pra fora o que estava dentro de mim naquele instante.



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