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Writer's pictureKeila Abeid

Quarentar na quarentena

Foi essa frase que mais escutei no dia 15 de junho. E foi divertido. Sim estou iniciando um novo ciclo, e agora tenho 40 anos. Essa semana tirei pra refletir sobre muita coisas (na verdade tirei folga pq a coluna começou a travar devido a muito tempo no computador) mas vamos dizer que parei pra refletir que é mais bonito.

Mas realmente tirei folga de tudo, inclusive da alimentação low carb (me custou um pequeno aumento de peso mas fiz por merecer). Assisti só o que eu queria, comi só o que eu queria e me desliguei do trabalho, o que foi o mais difícil considerando que trabalho com o que amo. Mas eu precisava mesmo entender algumas coisas.

Eu nasci no dia 15/06 num domingo, perto do meio dia. Estava sentada na barriga da minha mãe. Acho que aí já mostrava que eu era uma pessoa mais tranquila (dizer preguiçosa é muito forte). Eu nasci literalmente no meio do ano, o meu novo ciclo começa na metade de cada ano. Quando penso nisso, penso que equilíbrio seria a palavra mais adequada pra pensar na vida. E acho que até aqui consegui sim manter muitas das minhas coisas equilibradas. Eu tinha poucos sonhos desde infância e adolescência. Eu queria ser cantora, gravar cd e conhecer NY. Esses eram meus sonhos e objetivos. E olha lá. Conquistei todos. E todos antes dos quarenta. Nenhum deles foi glamouroso. Todos eles vieram com muito trabalho, estudo e esforço. A vida nunca foi fácil, e ainda não é. Mas as coisas aconteceram, talvez não na velocidade que eu queria, mas aconteceram. Minha família nunca teve dinheiro sobrando. Passamos por reais perrengues, meu pai trabalhava numa multinacional, perdeu o emprego e virou comerciante. Essa transição tivemos tantos altos e baixos, tantos assaltos à mão armada, que uma das lições da vida que eu tinha era, vamos sempre separar um dinheiro pros assaltantes pra não levarmos um tiro no trabalho. Foi um período difícil e meu pai perdeu quase tudo, coisas que nunca recuperamos. Mas mesmo assim sempre tivemos tudo o que precisamos. Não me faltou estudo, ou o que comer e vestir. E mesmo no meio disso tudo, eu pude optar a seguir uma vida na música.

Na verdade não posso nem dizer que escolhi a música porque ela sempre esteve lá, comecei a trabalhar cedo e nunca mais parei, e sou agradecida por isso.

Não, nem tudo são flores. É uma caminhada recheada de incertezas, mas com um senso de completude enorme.

Hoje, com 40 anos, repenso muitas coisas e qual caminho tenho que seguir a partir de agora. A verdade é que é um misto de “posso ser o que eu quiser daqui pra frente” com “eu já deveria ter concretizado isso” . Mas no geral, o balanço sai equilibrado. Sinto que estou num caminho bom. Sou agradecida por ter chegado até aqui, e estou me enchendo de planos pra daqui pra frente, principalmente após a pandemia.

Agradeço a quem caminhou até aqui comigo, e espero que a jornada ainda seja cheia de novas realizações.

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